segunda-feira, 13 de julho de 2009

O técnico e o político

A polêmica entre o prefeito de Londres e a presidente do Comitê das Olimpíadas de 2012, sobre o destino, ou legado, do novo estádio olímpico que está sendo construído na cidade, é bastante emblemático sobre como é difícil a convivência entre a visão técnica e a visão política, e uma lição para nós no Brasil.
A questão é a seguinte.
A cidade está construindo um estádio olímpico para as Olimpíadas de 2012. Dinheiro público, quase todo federal. Custará £ 500 milhões, com 80.000 lugares. Será erguido na região de East End, parte menos desenvolvida da capital.
O Comitê Olímpico de lá, preocupado com o destino do equipamento pós Olimpíada, planejou a redução para 25.000 lugares, e sacramentou uma parceria com clubes da região para o desenvolvimento do atletismo (comprometimento inclusive junto ao COI).
Semana passada, o prefeito da cidade, disparou que o estádio não será reduzido, que isso seria uma tolice, e que o futuro estádio será um dos 16 estádios ingleses da Copa de 2018 ( que ele, eu, vcs, e todo o mundo, sabemos que será na Inglaterra).
Perguntada sobre o assunto, e surpresa com a saia-justa, a presidente do Comitê, disse que:
1- Não existe orçamento previsto para arcar com o custo de manutenção da arena no período entre 2012 e 2018.
2- Não existe nenhum clube na cidade de Londres, que tenha se interessado em mandar seus jogos na arena, ou por já possuírem estádios próprios, ou não existirem projetos de reforma em vista.
3- Já existe na cidade uma arena de grande capacidade, pública e ociosa, que é Wembley, e que este sim seria o estádio mais indicado de Londres para a futura Copa.
Não é incrível ? Todo um corpo técnico já estudou o assunto durante meses e planejou o destino do equipamento dentro de uma visão de auto-sustentabilidade, mas é atropelado pelo político que tem uma "outra opinião", e não está nem aí se o estádio será mais um elefante branco construído com o dinheiro dos contribuintes.
Essa historinha não se parece com tantas outras já ouvidas aqui no Brasil ?
Será que esse exemplo nos ajudará em alguma coisa ?

1 Comentários:

Às 30 de agosto de 2009 às 22:30 , Blogger Juventude Libertária disse...

A solução para esse problema me parece muito simples:

Acabar com o atletismo!

Afinal, nenhuma grande empresa do mundo quer dar o nome para esse estádio não é? (dou essa sugestão para uma empresa brasileira de materiais esportivos - o Estádio poderia ser o Olimpikus Stadium).

Em londres existem alguns ótimos estádios para futebol (aqueles em que o público fica quase dento do campo), mas não tem nenhum que tenha pista de atletismo para a prática desse esporte nobre no sentido histórico e pobre no sentido econômico.

A reduçao da capacidade do estádio olimpico e as pequenas parceiras que venham a ser feita não vão evitar que ele se torne um elefante branco. Não adianta inventar, esse estádio será um Engenhão piorado no sentido econômico.

Portanto, a solução é acabar com a atletismo. Se acharem que isso é uma ideia cretina por entender que o atletismo é importante mesmo que não seja economicamente viável, então vamos admitir que os nossos impostos sirvam para manter essas estruturas.

 

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