segunda-feira, 19 de maio de 2008

Mais uma polêmica

Um assunto polêmico provocou debates acalorados na imprensa, na semana que passou. O Botafogo solicitou jogar os clássicos cariocas no estádio Olímpico quando for seu o mando de campo. Até aí nenhuma discussão. As opiniões divergem quando o clube anuncia que reservará apenas 10% da capacidade do estádio para os torcedores adversários. E sobre isso tenho lido e ouvido opiniões que vão do 8 ao 800. Algumas sensatas, outras absolutamente estapafúrdias. Muitos dos que opinam, o fazem de forma rasa, demagógica, e emocional. Normalmente os ingredientes que encontramos em opiniões e ações amadoras, na contra mão perversa do avanço, do profissionalismo e da tão sonhada auto sustentabilidade dos nossos clubes.
No último domingo li algumas declarações do mandatário-mor do esporte no estado do Rio de Janeiro sobre o assunto que me impressionaram. Entre outras pérolas, ele fala em medida "anti-democrática", "excludente", "discriminatória", e que será um opositor ferrenho dessa prática em nossos estádios. Seria compreensível ouvir isso de alguem em cima de um palanque eleitoral, mas de alguem que, apesar dos objetivos políticos, ocupa um cargo ( aliás 2...e isso pode ??? ) que deveria ter por objetivo o fortalecimento dos clubes, das estruturas, e do profissionalismo dos mesmos, não. Mas, infelizmente, desconfio que o fortalecimento economico dos clubes do estado do Rio interessa tanto quanto solucionar a seca do Nordeste. Interessa mais te-los endividados, dependentes das benesses estatais, divididos, e administrados por amadores, tal e qual os administradores estatais. Mas afinal, objetivamente, qual o absurdo de se reservar um percentual reduzido de lugares para os torcedores do clube visitante ? Será que o nobre mandatário conhece a realidade nos países de primeiro mundo ? Ou será que não é o exemplo desses países que precisamos mirar ? Bem, se nosso parâmetro for a Guatemala, o Vietnam ou Moçambique, então não está mais aqui quem falou. Estarrece o fato de que em nenhum momento o assunto é analisado pelo ponto de vista do clube que possui um estádio moderno, portanto bastante explorável, e que precisa maximizar suas receitas tanto quanto de ar para viver. Reservar 90% dos lugares em seu estádio para seus torcedores, nesse caso, significa a possibilidade de vender até 40.000 carnês para toda a temporada de forma antecipada. Significa vender pacotes de camarotes corporativos, oferecendo a atratividade da inclusão dos clássicos regionais. Significa enfim, um aumento de faturamento que só é possível quando se tem um estádio compatível. A isso chamamos potencializar as receitas de uma arena. Simples. Ou não era isso que o estado pretendia ao encontrar um interessado no "elefante branco" Olímpico ? Quer dizer que encontrar um clube que livrasse o estado dos custos de manutenção do estádio foi bom, mas desde que ele produza alguma mágica para conseguir receitas sem ferir os princípios da "democracia esportiva"...
Na verdade, seria bem mais democrático que como mandatário esportivo, tivéssemos gestores esportivos profissionais indicados por clubes e outras entidades esportivas, e não políticos profissionais indicados por acordos partidários.
E vcs, o que pensam ?

3 Comentários:

Às 19 de maio de 2008 às 22:18 , Blogger Pedro disse...

Ricardo,

Concordo 100% com sua opinião sobre nosso nobre "gestor" do ex-maior do mundo, só um detalhe na entrevista dele me chama a atenção, nos jogos que o Botafogo for o visitante no Maracanã, tenho certeza absoluta que a dupla FlaxFlu com todo direito vai disponibilizar os 10% por lei, que são +- 8mil lugares, e ai esta o problema onde acomodar uma torcida de time grande no Maracanã já que no estádio não há entrada separada, ou diferenciada como existe no Engenhão.

Obs: O medo do Sr. Paes é que a galinha de ovos de ouro da Suderj diminua sua produção, pois se tirarmos os clássicos de mando do Botafogo e Vasco, serão retirados do estádio metade dos clássicos durante o brasileiro, reduzindo a receita de taxas da suderj drásticamente.

Abraços.

 
Às 30 de maio de 2008 às 09:36 , Blogger Andre Bastos disse...

Por trás dessa raiva toda só existe a dor-de-cotovelo de ter perdido as rendas (abusivas) de aluguel nos clássicos.

O Engenhão é um estádio bem servido em termos de acessos independentes, áreas de circulação e transporte publico. Não há qualquer motivo para o Botafogo não querer jogar lá.

Certamente o Vasco exigirá seu direito de fazer o jogo do volta em S.Januario. Dadas as garantias de segurança pela PM, o mesmo deve ocorrer.

Faço apenas a ressalva de que a CBF estipulou cota mínima de 20% (vinte por cento) da capacidade do estádio para a torcida visitante nos clássicos. No Engenhão, esta cota assume 9.000 ingressos.

Abraços
André Bastos

www.torcedoremfoco.blogspot.com

 
Às 1 de junho de 2008 às 02:34 , Blogger Novas Arenas disse...

André, obrigado pelos comentários. Sobre a cota de lugares para visitantes, recebi a informação do próprio Virgílio Elísio da CBF, confirmada pelo RGC da competição, que se trata de apenas 10%, não existindo diferença entre jogo normal e "clássico". O jogo Vasco x Botafogo do returno já está acertado para São Januário. Caberá a cota de 20% apenas se houver acerto prévio entre os clubes. Pelo RGC é 10%. Abraço.

 

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