Os Elefantes
O barulho dos elefantes parece que está incomodando a Prefeitura do Rio de Janeiro. A Prefeitura precisava realizar um evento, e os elefantes seriam as principais atrações. Compraram os paquidermes, que não custaram barato, arrecadaram com o show, mas depois descobriram que manter elefantes custa caro. Concluíram que precisavam se desfazer deles, até porque cuidar de elefantes não é a expertise da Prefeitura. Decidiram então licitar os bichos. Depois do estádio olímpico, e da arena, a concessão/elefante da vez é o Parque Aquático Maria Lenk. A primeira tentativa de parceria com a CBDA não vingou. O foco agora são os grandes clubes do Rio, que possuem estrutura e tradição nos esportes aquáticos. Mas será que vale a pena investir na manutenção do equipamento, aluguel, obrigatoriedade de cessão para competições e contrapartida social, em tempos de recursos tão escassos ? Realmente à primeira vista não parece um grande negócio. O orçamento dos clubes é apertado, patrocinadores de esportes olímpicos não andam dando sopa por aí (Caixa, BB e Correios não vale né....), então, assumir um bicho desses parece ataque de vaidade de algum dirigente insensato. Se esse plano B não colar, o plano C seria oferecer a concessão para a iniciativa privada. Interessante isso. A primeira pergunta que me vem a cabeça é: Porque não trataram desse assunto antes da construção ? Da decisão de construir ao término do Pan passaram-se 5 anos, tempo mais que suficiente para estabelecer um modelo, licitar, alterar o projeto tornando-o mais atraente se fosse o caso, e definir o arrendatário. Dessa forma, já poderíamos ter o equipamento funcionando a todo vapor há pelo menos 6 meses. O comitê organizador da Olimpíada de 2012 em Londres, pode ter feito lambança no controle orçamentário, que já estourou várias vezes e ainda estourará mais, mas pelo menos já definiu quem vai cuidar dos elefantes no futuro. Uma das soluções encontradas para o estádio Olímpico por exemplo, que terá capacidade para 70.000 pessoas durante a competição, é sua redução para 15.000 lugares, já previsto no projeto, transformando-o em estádio de atletismo a ser administrado por um clube londrino que promoverá competições e ações sociais. Planejar a longo prazo é sempre o ideal, mas no nosso caso é preciso pensar com pragmatismo. O equipamento está lá, sub utilizado e demandando manutenção. Talvez uma boa saída fosse a formação de um consórcio entre a CBDA, um grande clube com marca e tradição, e uma empresa especializada em gestão, para captar patrocinadores e movimentar o espaço. O triste é que isso pode levar um certo tempo, e enquanto isso o Parque Aquático, que é uma referência no continente, não serve a propósito nenhum. Mas é aquilo...existe interesse do poder público em contratar profissionais que entendam de planejamento e gestão de arenas ? Desconfio que não.
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