sexta-feira, 25 de julho de 2008

Alguns pitacos

Novamente surge o assunto "mando de campo", a propósito dos jogos entre Flamengo x Botafogo. É absolutamente compreensível que para o torcedor comum, esse assunto seja tratado pelo lado da paixão, da rivalidade, mas é triste observar o endosso de boa parte da imprensa, a essa visão rasa e desprovida de um mínimo de informação técnica. Jogar no Maracanã significa dividir uma renda com descontos imensos, e apenas isso. Jogar no estádio Olímpico, para o Botafogo, significa faturar não apenas a bilheteria, mas as receitas de camarotes, de publicidade, de estacionamento, dos bares, etc. É por essa razão que uma arena própria significa tanto para um clube. Quando será que os profissionais da imprensa entenderão isso ???

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Surgiu nos últimos dias um boato daqueles risíveis, mas que provocou um enorme "frisson". Acreditando que a Africa do Sul não terá condições de concluir as obras de infra estrutura necessárias para sediar a Copa de 2010, a FIFA já teria um plano B definido. E o plano B seria realizar a Copa de 2010 no Brasil, e a de 2014 no país africano. Aos que acreditam em duendes, devo dizer que a possibilidade que isso venha a ocorrer é igual a zero. Existe um plano B sim, e tb um C, e até um D. Mas o Brasil não faz parte de nenhum. Todas as opções estão na América do Norte. Canadá, EUA e México, não necessáriamente nessa ordem, seriam as opções viáveis. Mas não se iludam. A Copa será na Africa do Sul mesmo.

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Parece que a nova arena do Palmeiras finalmente vai sair do papel. Em agosto ou setembro, os sócios do clube darão o sim final. e a partir daí, o último empecilho será a regularização do projeto na Prefeitura ( que por sinal, nunca é rápida ). A autorização existente é de 2002 e se refere ao projeto antigo. Como o projeto atual modifica o anterior, uma nova autorização será necessária. A inauguração prevista para fins de 2009 é que deve ser vista com cautela por parte da torcida.

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Um assunto que merece um post exclusivo e em breve o farei, diz respeito à proibição de venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Mas afinal, uma partida de futebol é entretenimento ou não ? Vcs acham que proibir a venda de bebidas alcoólicas dentro do estádio, impede que os torcedores não estejam alcoolizados ? Pensem, opinem, que em breve eu volto ao assunto.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A torneira e o ralo

Quando a vazão de água que sai da torneira é menor do que a vazão que escapa pelo ralo, qual a quantidade de água que fica acumulada na caixa ?

Calma, isso não é questão de física para pré-vestibular.
Pensei nessa situação depois que li sobre a bilheteria do jogo Fluminense x LDU na última quarta-feira. É o retrato cruel do nó financeiro que enforca os nossos clubes. Da renda de R$ 3.910.044,00 (recorde brasileiro), o clube, ficou com apenas R$ 2.094.973,89 !!! Praticamente a metade. Não tive acesso aos ítens de descontos mas de antemão digo que são custos altíssimos. Lembro que esse valor refere-se apenas a bilheteria, já que o clube não participa das receitas com publicidades diversas, camarotes, bebida e alimentação, estacionamento etc.
Nesse momento lembrei da torneira e do ralo e pensei. Mas afinal, de que adiantou o Fluminense colocar 78.000 pagantes no estádio ( total de 86.000 presentes incluindo os proprietários, cuja receita tambem não é obtida pelo clube ) ???
Se o Fluminense tivesse uma arena sob sua gestão com capacidade para 45.000 pessoas por exemplo, mas com exploração total de suas receitas, mesmo com quase metade do público do Maracanã o faturamento total obtido teria sido muito maior. Considerando que o Fluminense faturou mais de 9 milhões de reais com bilheteria nos jogos com mando de campo na Libertadores, e levou para seu cofre pouco mais de 5, aqueles 9 poderiam ter sido 20, sobrando 15 milhões em vez de 5.
Esse exemplo simples mostra a importancia que a gestão de uma arena moderna pode representar para o futuro economico de um clube no longo prazo. Infelizmente parece que alguns clubes ainda não se conscientizaram disso, inclusive o próprio Fluminense, já que nas últimas eleições do clube, os candidatos sequer incluíram a gestão de uma arena própria entre suas prioridades. Quem sabe depois de ver muita água escorrer pelo ralo eles mudem de idéia ?