terça-feira, 30 de setembro de 2008

O supermercado do futebol inglês

Interessantes as consequências do modelo inglês de abertura de capital ao longo de alguns anos de implantado. Praticamente todos os clubes que tomaram essa decisão, tiveram seus respectivos controles de capital arrematados em Bolsa por milionários de várias procedências, e origem de capital idem. A primeira providencia dos milionários, claro, foi comprar as ações dos minoritários e fechar o capital. Assim, em pouco tempo, esses clubes deixaram de ser clubes, e tornaram-se meros ativos de alguns abastados.
Agora, estamos vendo o desenrolar de uma segunda fase. A fase em que os ricaços, ou já obtiveram o lucro desejado, ou se cansaram do brinquedo, e estáo repassando esses ativos para terceiros investidores.
O Manchester City foi repassado por um milionário tailandês (ex-mandatário e acusado de corrupção) para um Emir de Abu Dhabi.
O Liverpool, apesar da negativa dos donos, um milionário americano dono de várias franquias nos EUA e um investidor inglês, estão abertos a propostas e loucos para "passar adiante" o tradicional clube.
Agora, acabo de ler que o dono do Newcastle, outro tradicional clube das ilhas, recebeu uma proposta de compra, pasmem, de um grupo investidor da NIGÉRIA !!!
E a proposta parece ser séria, tanto que está sendo avaliada pelo clube, e os rumores falam em valores em torno de 350 milhões de libras.
Ou seja, virou uma festa. Tem clube (se é que ainda podemos chamar de clube) fazendo road-show pelo Oriente Médio atrás dos petrodólares dos sheiks. Quando a origem do dinheiro é petrodólar ainda vai, mas tem muita origem suspeita também.
Eu fico pensando nas torcidas desses clubes lendo nos jornais que seu clube do coração foi colocado numa prateleira de um supermercado qualquer.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Madonna de novo !!!!!

Nossa, Madonna não para de frequentar esse blog !!!

Madonna foi multada por exceder tempo em show em Londres

Durante uma apresentação da turnê "Sticky & Sweet", Madonna excedeu quase uma hora o tempo para concluir o seu show, que deveria ter terminado às 10h30, mas foi até às 11h10.
Por este motivo, a cantora foi multada pelo estádio de Wembley, em Londres, em 135 mil libras esterlinas, o equivalente a R$ 460 mil reais. Para cada 15 minutos excedido, a multa foi de US$ 93 mil, pois leva em conta os gastos extras de luz, eletricidade e segurança."O show teria que ter começado às 8:30, mas Madonna não apareceu até às 9:20; o show terminou só às 11:10, de modo que Madonna se excedeu", disse um porta-voz do estádio. "Sua equipe sabia das possíveis implicações com relação ao tempo e agora deverá pagar a multa, que até para Madonna é uma quantia elevada", completou.

Pois é, é assim que se gerencia um estádio. Se fosse no Maracanã, é bem possível que Madonna, além de não pagar multa, excedesse ainda mais o horário dando autógrafos para o staff do estádio...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mais um efeito Madonna...


Show de Madonna adia jogo do Eintracht Frankfurt


Espetáculo prejudicou o gramado do Commerzbank Arena e forçou a remarcação da partida para outra data.


FRANKFURT (Alemanha) - Nem todo mundo gostou do show realizado por Madonna nesta terça-feira, em Frankfurt. O espetáculo causou danos ao gramado do estádio Commerzbank Arena e forçou o adiamento da partida entre Eintracht Frankfurt e Karlsruhe, nesta sexta-feira, pela Bundesliga.Após o show, o clube chegou a trocar partes do gramado. Mesmo assim, o campo ficou longe de oferecer boas condições para a realização da partida. Poucas horas antes do jogo, representantes da Bundesliga e da arbitragem fizeram uma nova inspeção no local. Eles consideraram que o gramado estava ‘solto’ e isso ofereceria riscos aos jogadores.Ainda não foi definida a nova data para o jogo. Os ingressos vendidos para a partida desta sexta-feira serão válidos para o outro confronto.
Já tínhamos postado que o show da Madonna no Chile foi vetado pelo temor que acontecesse exatamente o que aconteceu agora na Alemanha. A sorte dos nossos estádios é que os shows serão em Dezembro, quando a temporada estará no final...


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O céu é o limite no mercado de naming rights

Incrível. A economia internacional virando o fio, a americana em especial atolada na crise hipotecária, commodities em queda, enfim, nuvens negras se avizinham. Mas se tem algo que não pára de crescer, são os valores ds contratos de naming rights na terra do Tio Sam. Bem, os assíduos leitores deste blog com certeza acompanham os movimentos desse mercado pois regularmente posto alguma informação sobre isso.
No capítulo anterior, dois bancos pesos pesados, Grupo City e Barclays, ano passado concordaram em pagar US$ 20 milhões / ano, pelos direitos exclusivos de nome em dois novos empreendimentos, respectivamente em Nova Jersey e Nova York. Como os contratos são de 20 anos, o total do investimento soma US$ 400 milhões cada !!!
Pois bem, ao contrário do que o mercado de marketing esportivo esperava, esses valores parecem estar longe do topo. Essa semana, duas notícias causaram furor. O novo estádio dos Yankees de Nova York, teria fechado um acordo inédito com o Bank of America que ultrapassaria esses valores (os valores não foram divulgados) e que incluiria não o nome do estádio, mas uma série de propriedades de marketing, que tornariam o Banco o principal sponsor do equipamento, mas que permitiria que outros patrocinadores também atuassem, com, é claro, uma exposição muito menor, e jamais dando nome ao estádio. Ou seja, a nova arena continuará se chamando Yankee Stadium, o nome do Banco aparecerá até nos ingressos, e os valores serão equivalentes aos maiores valores conhecidos de naming rights. É uma espécie de é sem ser. Entenderam ?
E como se fosse pouco, no dia seguinte surgiu a notícia, ainda não confirmada, que a alemã Allianz estaria disposta a pagar US$ 25 milhões / ano, para colocar seu nome na nova mega arena que será compartilhada pelos times do Giants e dos Jets, ambos de NY, a partir de 2010.
Pois é, quando todos pensavam que os conglomerados financeiros iriam reduzir os investimentos em patrocínios em razão da crise americana, eles estão fazendo o contrário, investindo e dando mostras de força ao mercado e confiança aos clientes.
E aqui, porque os naming rights não decolam ? São muitas razões. Muitos estádios públicos, conservadorismo de vários clubes que poderiam negociar esse tipo de investimento em seus estádios, e pouco retorno de mídia espontânea (principalmente graças à estreiteza de visão do gigante da mídia esportiva brasileira), são as principais. É preciso considerar tambem, que nosso mercado ainda engatinha na área de marketing esportivo e que ainda temos muitos passos a dar, como por exemplo possuírmos arenas compatíveis e gestões profissionais em nossos clubes, antes de amadurecermos a área de naming rights no Brasil.
Até lá, babemos pois.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Cabeça de gato

Lembram daquele velho dilema ? O que é preferível, ser cabeça de gato ou rabo de leão ?
Pensei nisso à propósito do episódio envolvendo a recente transferência do Robinho. Robinho ? Mas o que isso tem a ver com arenas etc ? Na verdade nada. Mas resolvi dar o meu pitaco, aproveitando a deixa de que o assunto envolve planejamento estratégico. Não de clubes, mas de carreiras.
Não resisti a escrever esse post depois de ler os comentários de um polêmico jornalista / garoto propaganda, em que ele coloca em seu blog que Robinho teria se transferido para o Bragantino da Inglaterra. O mesmo blogueiro que semana passada postou a seguinte pérola: Para que o Corínthians precisa de um estádio ? Essa pergunta eu respondi na minha coluna no site Fanáticos por Futebol, e quem quiser pode ler em http://www.fanaticosporfutebol.net/ .
Tenho que reconhecer que muitos integrantes da imprensa tambem tem qualificado os azuis de Manchester como clube pequeno, inexpressivo, de segunda divisão e etc., considerando que o jogador brasileiro fez um péssimo negócio em termos esportivos, já que afinal, porque diabos um jogador quer sair do maior time do mundo para um time tão inexpressvo ?
Pois eu vou nadar contra essa corrente. Na minha visão ele fez um ótimo negócio. E vou logo listando os motivos.
Em primeiro lugar, NÃO, o City não é o Bragantino, não é inexpressivo, nem de segunda divisão.
Até a virada dos anos 70/80, o City, apesar do último título ingles em 68, dividia as atenções da cidade com os rivais vermelhos.
A partir daí iniciou um processo de decadencia que o fez visitar a segundona, e custou a engrenar uma reação a partir da reformulação ocorrida no modelo de gestão do futebol ingles.
Entretanto, há alguns anos, se reorganizou, aprimorou sua estrutura (o estádio do City é um dos 4 melhores da Inglaterra), se abriu aos investidores e firmou-se no cenário doméstico.
Nesse momento, acaba de ser comprado por um fundo de investimentos soberano gerido pela família que controla o emirado de Abu Dhabi. Esse fundo possui um total de ativos que equivalem ao dobro do PIB do Brasil.
Fazendo um comparativo com o Chelsea, clube que a maioria da imprensa classifica como poderoso, no início da década quando foi arrematado pelo bilionário russo, o Chelsea encontrava-se num estágio bem inferior ao atual City. O mesmo processo de decadencia, um time fraco, e apenas a terceira torcida de Londres. Considerando que o Emir de Abu Dhabi possui um poder de fogo, muito, mas muito maior que o russo, alguem duvida que o City possa alcançar o estágio atual do Chelsea na metade do tempo ? Eu não.
Em termos técnicos, Robinho será titular e principal astro de um clube em ascensão, e que participa do melhor e mais rico campeonato do mundo. Um campeonato cujos clubes já investiram em 2008 a soma de 600 milhões de libras em contratações.
Em termos financeiros, ganhará o triplo do que recebia na Espanha.
Por outro lado, no Madrid, amargava a reserva, jogava 15 a 20 minutos por partida, quando jogava, e recebia uma das remunerações mais baixas do plantel.

Em resumo, acho que Robinho atirou no que viu e acabou acertando no que não viu, e se tiver um pouquinho de juízo, pode fazer desse limão uma saborosa limonada.

E lembrem-se, planejamento estratégico é enxergar na frente, é imaginar cenários futuros, e responder com precisão entre outras perguntas, a essa. Onde eu quero estar lá na frente ?

Bem, por tudo isto, fica fácil deduzir que eu prefiro ser cabeça de gato, mas de um gato que amanhã certamente será leão. E vcs ?

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Nova Coluna

Amigos,

A partir do dia 31/08, estarei todos os domingos com uma coluna no site Fanáticos por Futebol. O tema será similar ao deste blog, privilegiando reflexões e informações sobre o mundo das arenas esportivas. O endereço é www.fanaticosporfutebol.net

Conto com vcs para prestigiarem o site.