segunda-feira, 22 de junho de 2009

Novas tecnologias: 3D

Há alguns meses postei uma informação sobre uma experiência na NFL que possivelmente sinalizaria uma nova tendencia dentro do sport business. A transmissão experimental de partidas ao vivo com tecnologia 3D, em alguns cinemas nos Estados Unidos. A consolidação dessa tendencia poderia representar um acréscimo substancial nas receitas das franquias.
Pois na semana passada, foi anunciada na Inglaterra um plano para que toda a Olimpíada de 2012 seja transmitida ao vivo em 3D para grande parte dos cinemas da ilha. Se concretizado o plano, alem de novas receitas para os organizadores dos Jogos, poderia significar a redenção da industria cinematográfica na Inglaterra que luta contra a baixa lucratividade. Hoje, somente 10% dos cinemas da Inglaterra estão capacitados a realizar uma projeção em 3D.
Se a iniciativa for bem sucedida, certamente o caminho estará aberto para a transmissão de jogos de futebol, gerando mais lucros para os clubes.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Boas lições

Aqueles que acompanham esse blog, já devem ter lido mais de uma dezena de posts sobre conservação de gramados. Foram vários na época da reforma do gramado do estádio do Palmeiras, outros tantos acompanhando os efeitos da última excursão mundial da Madonna, e outro recente sobre os ataques de Maradona ao estado do campo do River, chamado pelo treinador da seleção argentina de "potrero".
Como a tõnica dos posts invariávelmente revela o estado lastimável dos gramados após os citados eventos, percebo que alguns dos leitores tem a impressão que sou contra a realização dos mesmos, e, consequentemente, essa fonte alternativa de receita para os proprietários de arenas esportivas.
Ora, como gestor de arenas não posso ser contra iniciativas que visam ampliar o leque de receitas dos equipamentos esportivos. Apenas não compactuo com a visão de que a mais importante receita alternativa de uma arena seja a realização periódica de eventos que rapidamente destroem o gramado.
O que não significa que não possam ser realizados e não possam gerar receitas expressivas. Tudo depende da inteligência e competência de seus gestores.
Querem um exemplo de gestão inteligente ?
Nos próximos dias serão realizados no Camp Nou, estádio do Barcelona, os primeiros 2 shows da nova turnê mundial do grupo U2.
A direção do clube sabe que o gramado estará em péssimas condições após 140.000 pessoas num intervalo de poucos dias se esbaldarem com os shows. Mas está tudo dentro do planejamento, pois os jogos só retornarão na virada de agosto para setembro, quando a reforma do gramado, tb já prevista, estiver concluída. Por isso os shows são realizados sempre nessa época do ano quando a temporada de futebol está em recesso.
No ano passado foram 2 shows de Bruce Springsteen, e nesse ano do U2.
Detalhe importante: os shows deixarão nos cofres do clube cerca de 2 milhões de euro, que financiarão a reforma do gramado e outras melhorias no estádio.
Já o River Plate, alugou o estádio para um show com a temporada de jogos em andamento, quase as vésperas de um importante jogo da seleção pelas eliminatórias (ocasionando os comentários mau humorados de Maradona), e pelo valor irrisório de US$ 50 mil.
Perceberam a diferença ?

terça-feira, 16 de junho de 2009

A mágica de Florentino Perez

O recém empossado presidente do Real Madri, Florentino Perez, criador da "ideologia galática", sacudiu o mundo do futebol esses dias. Em apenas 1 semana arrematou os dois últimos "melhores do mundo" segundo a Fifa, Kaká e Cristiano Ronaldo. Pagou inacreditáveis 150 milhões de euro. Eles valem ? Não valem ? Alguem vale ?
Enfim, a parte essa discussão, falou-se muito por aí do "poderio" do futebol espanhol em relação a aquisições milionárias. Afinal, os clubes espanhóis não pertencem a milionários excêntricos / suspeitos como os que dominam o futebol ingles, o que indicaria maior saúde dos mesmos.

Nada mais enganoso. O futebol espanhol passa por um momento extremamente delicado, com vários clubes pequenos e médios em situação quase falimentar, inclusive com salários atrasados há vários meses.

O Real não foge a regra. Devia 600 milhões de euro até maio. Então qual a mágica de Florentino para efetivar essas contratações ? Simples. A Caja de Ahorros y Monte de Piedad de Madrid S/A, conhecida como Caja Madrid, e o Santander, emprestaram cada uma 75 milhões de euro, recebendo como garantia a receita de televisão da próxima temporada da Liga. É o velho modelo conhecido como "trabalhar alavancado", que já quebrou muito clube grande na Europa e aqui pelo Brasil também.

A diferença do Real Madri, é que ele consegue ser maior que o buraco, e convenhamos, com uma receita anual gigantesca como a dele, qual o gerente de banco que recusaria um empréstimo a um cliente desses ???

Portanto, não existe mágica. O que existe é a forma como o clube administra sua dívida. Ou "empurra".

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Lido por aí

Semana passada li na imprensa alguns comentários e notícias sobre construção de estádios para a Copa 2014 que me chamaram a atenção.

Na coluna do Ancelmo Góes de "O Globo", uma pequena nota dava conta de que, na opinião de um profissional especializado em construções de arenas, apenas os projetos de estádios no Rio e em São Paulo seriam viáveis.

Bem, a coluna não cita o nome do profissional, mas acredito que sua intimidade maior esteja ligada ao aspecto de construção em si, já que em termos de planejamento e auto-sustentabilidade, o tal profissional parece conhecer pouco. Na verdade, sem me alongar muito, se o empreendimento for bem planejado e bem ajustado a realidade local, a grande maioria dos projetos pode ser viável. Não podemos desconsiderar isso apenas porque alguns projetos apresentados são totalmente irreais e explicitamente eleitoreiros. São coisas distintas.

Outro comentário, na verdade um post/artigo, publicado no blog do jornalista Juca Kfouri, escrito por Antonio Azevedo, de Santos-SP, e intitulado "Acorda Recife", também me causou espécie.

No citado artigo, o autor se diz indignado com o projeto proposto para Recife, e propõe outra solução. Já que a cidade possui 3 grandes clubes, com 3 estádios próprios, porque, ao invés de investir R$ 400 milhões numa quarta arena na periferia da cidade, não se investe apenas metade desses recursos para reformar uma delas e evitar a construção de um elefante branco?
Parece simples, mas nem sempre o que parece simples de fato é.

Tambem sem me alongar demais, digo que dificilmente haveria interesse da iniciativa privada em investir, digamos, por volta de R$ 200 milhões, para reformar qualquer um dos 3 estádios de Recife, todos em péssimo estado (considerando o nível de exigências para um jogo de Copa). Tanto que nenhum dos 3 clubes sequer cogitou a hipótese de apresentar qualquer projeto nesse sentido. Por outro lado, imaginar os governos locais investindo dinheiro público em algum estádio privado, parece risível (ou será que o autor também defende a inversão de capital público no Morumbi ou no Beira Rio ?). Sendo assim, quais as alternativas que restam ?
Elementar meu caro Antonio. Erguer uma nova arena dentro de um modelo auto sustentável, que possa interessar a iniciativa privada através de uma PPP, costurando um acordo prévio com 2 dos 3 grandes clubes de Recife para mandarem seus jogos na futura arena, e, de quebra, revitalizando alguma área degradada da cidade. Que é exatamente o que parece ser a intenção do projeto de Recife (que, diga-se de passagem, conheço apenas o que foi divulgado publicamente pelo comitê local).

A lamentar apenas a ânsia do dono do blog em publicar qualquer texto ou notícia que sugira "escândalos" do poder público, ou de seus desafetos na CBF, COB, FIFA e etc. Não os defendo, e muito menos sou pago para isso, mas publicar opiniões demagógicas, sem nenhum fundamento técnico (e sem um contraponto, algo como uma segunda opinião), em nada contribui para que o público em geral (e outros "Antonios"), possa se informar melhor sobre o assunto. Em resumo, um desserviço.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Outros gastos por ai...

A Nigéria não economizou para sediar o próximo Campeonato Mundial sub-17. Em suas 9 sedes, foram investidos cerca de U$ 1 bilhão. Para cada sede, foram reformados, além do estádio principal, outros 4 campos para treinamentos, num total de 45 campos.

As obras andavam atrasadas, mas em maio a Fifa deu uma "dura" no comitê organizador local, que apressou as obras e garantiu a realização do evento.

U$ 1 bilhão para um campeonato de futebol sub-17 heim...o Brasil gastou U$ 1,5 bilhão para realizar um Pan Americano inteiro...ou seja, a regra do jogo é essa.
Quer um mega evento ? É preciso gastar.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

De mão em mão...

O West Ham mudou de mãos. Por £100 milhões, o ex-proprietário e ex-rico, o islandes Bjorgolfur Gudmundsson vendeu o clube para um consórcio de Bancos a quem o ex-rico passou a dever após a recente crise mundial. Essa tem sido a triste sina dos clubes de futebol da Inglaterra depois da adoção do modelo de capital aberto. Quase de ano em ano vão passando de mão em mão...
Há quem defenda esse modelo por aqui. Não eu.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Curso de Gestão de Arenas

A todos que acompanham esse blog, tenho o prazer de informar que no próximo dia 27/06 (sábado), estarei ministrando o curso de Introdução ao Planejamento e Gestão de Arenas Esportivas, nas instalações da Unisuam, no Rio de Janeiro, no qual o assunto Copa 2014 será bastante discutido.

O curso terá carga horária de 8 horas. Maiores informações no site www.unisuam.edu.br , pelo mail esportes@unisuam.edu.br, ou pelo telefone 21-3882 9953.

Espero vê-los por lá.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Gramados...de novo...

"La cancha de River esta desastrosa"

"Messi, Tevez y Mascherano valen millones. No pueden jugar en un potrero. Que River haga su negocio, pero que la fecha la sepan manejar, que no metan recitales y destruyan el piso. La cancha donde jugaba yo en Fiorito estaba mejor". Es lo que hay...


Comentario do treinador da seleção argentina em relacão ao estado do gramado do River Plate após mais um show musical promovido pelo clube no estadio (04/06/2009).