quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A encruzilhada do marketing

Um fenômeno interessante dos últimos tempos. Tem sido cada vez mais comum ler na imprensa, artigos, editoriais, cartas de leitores, entrevistas, onde aqui e acolá percebe-se um processo que eu chamaria de "demonização do marketing". O marketing e seus profissionais, são frequentemente vistos como "ilusionistas", uma espécie de técnica malévola que cria necessidades não desejadas nas pessoas, que vende "gato por lebre", que serve aos propósitos do consumismo desvairado, e por aí vai. Os profissionais da área são habitualmente nominados de forma pejorativa como "marqueteiros" (alguns vestem a carapuça e odeiam, eu vejo com simpatia até...). Muita gente ilustre inclusive, fala em "marketing do bem" e "marketing do mal", talvez em alusão aqueles cientistas alucinados de histórias em quadrinhos que utilizam seus conhecimentos para fabricar armas de destruição e conquistar o mundo. Eu como profissional de marketing, não vou aqui fazer defesa do marketing. Porque faria ? Não vejo médicos defenderem a medicina, ou advogados defenderem a existência da ciência do Direito, simplesmente porque não é necessário. É chover no molhado. O marketing é uma ferramenta fundamental na economia moderna. Não existe projeto, produto, ou evento, que consiga atingir mercados, objetivos, e rentabilidade sem ela. Então porque tantos profissionais de marketing ainda se preocupam em defender o marketing ?
Um antigo professor dos meus tempos de Pós, costumava dizer que "quando alguma coisa ou alguem de fundamentada importância dentro de um contexto, precisa de explicação para justificar sua existência, é porque alguma coisa está errada". Ou como no velho ditado, "a mulher de César não basta ser honesta...ela precisa parecer honesta". Talvez o problema do marketing seja esse. Ele não está sendo percebido por grande parte da sociedade como algo útil, necessário e benéfico. É possível que a imagem do próprio marketing esteja sendo mal trabalhada. Algum curto-circuito de comunicação deve haver. Mas não acredito que entre as soluções esteja a defesa do marketing pelos próprios "marqueteiros", pois isso cheira a corporativismo. Talvez o ideal seja afinar, ou refinar, as ações de marketing, mostrando o mundo de grandes possibilidades, inclusive sociais e assistenciais (o Haiti está aí mesmo), e quem sabe, evitando o marketing mal feito e de mau gosto, como temos visto em tantas áreas, esporte incluso.
O marketing não precisa de defesa "corporativa". Precisa ser melhor transmitido, e ter sua imagem mais bem cuidada, isso sim. E, de preferência, pelos próprios interessados, nós, os "marqueteiros".

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Mão e contra-mão

A Suderj tomou medidas recentes para melhorar a segurança e disciplinar a venda de ingressos no Maracanã, estádio sob sua gestão. Uma das citadas medidas é a proibição de venda de ingressos em dias de jogos. Segundo a Secretária de Esportes, está na hora de formarmos "torcedores de Copa do Mundo". Perfeito, mas formarmos como ? na marra ?
É notória a resistência do torcedor brasileiro a compras antecipadas. É cultural. As vendas antecipadas de carnês de jogos para toda a temporada não decolam no Brasil, não apenas pela inadequação das arenas. Muito menos por desorganização do calendário, que não existe mais. O Atlético-PR tenta a venda antecipada de jogos em sua arena há tempos sem sucesso. Isso é fato.
Mas, no momento em que a resistência inicial acontece por razões culturais, exige-se por parte daqueles que desejam mudanças, que os processos sejam efetuados de forma gradual, e com contrapartidas que permitam essa adaptação ao longo de determinado tempo. Portanto, concluimos que não se quebram paradigmas com uma canetada de fim de semana.
Realmente, seria muito bom que em 2014, tivéssemos torcedores com um comportamento "de Copa do Mundo". Mas para isso, é necessário que tenhamos gestores esportivos "de Copa do Mundo" tambem, coisa raríssima no Brasil.
Porque, antes de "enquadrar" sumariamente os torcedores, seria desejável que nossos gestores esportivos públicos e privados, dessem acesso a:
- vendas de ingressos por internet, celular, e multiplicação de pontos de venda;
- transporte de massa seguro, rápido e confortável;
- segurança eficiente dentro e fora dos estádios;
- lugares marcados;
- banheiros amplos e limpos;
- pontos de venda de alimentos e bebidas diversificados e de boa qualidade;
- estacionamentos com número de vagas compatíveis com a capacidade das arenas;

Tudo isso, faz parte do que se pode esperar de um evento "de Copa do Mundo". Dessa lista aí de cima, o torcedor brasileiro ainda não tem acesso a nenhum dos ítens. Na prática exige-se muito do torcedor em troca de coisa nenhuma, mas o certo, é que enquanto não formarmos gestores "de Copa do Mundo", dificilmente teremos torcedores idem.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

As bolhas

Parece que a bolha do mercado internacional de naming rights tb explodiu. Depois de alcançar o patamar histórico e estratosférico na virada 2008/2009 de incríveis US$ 400 milhões, por 20 anos de contrato (Citygroup e Barclays), ou US$ 20 milhões/ano, depois da explosão financeira mundial, os valores dos contratos sofreram grande contração. Essa semana, o grupo Sun Life Financial deve anunciar um acordo para expor sua marca na Dolphins Arena, estádio que recebe os jogos do Miami Dolphins, Miami Hurricanes e Florida Marlins, e que será a sede do Super Bowl 2010, em fevereiro próximo. O valor especulado pelo mercado é de US$ 7,5 milhões/ano, mas sem tempo de contrato divulgado.
Se for confirmado, pode significar o início de uma nova era em contratos desse tipo, afinal, R$ 1,2 milhão/mes não é nada tão extraordinário assim, principalmente porque envolve a exposição da marca no evento individual mais valorizado do planeta, que deverá ser assistido, apenas nos EUA, por pelo menos 95 milhões de pessoas.

E aí, que outras bolhas explodirão ? Contratos de transmissão de jogos ? remuneração dos astros do esporte ? Façam suas apostas.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Retomando as atividades

2010, ano novo, e o resto tudo velho. Fiquei devendo aos meus 6 leitores os eventos neste primeiro semestre que selecionei para eventual participação de um grupo brasileiro. Os que fui convidado,recomendo, e analiso participar são:

Nordic Venue Forum - Estocolmo - 16 e 17/03;
Stadium Business Summit - Dublin - 21 e 22/04;
Stadia Expo Design & Technology - NY - 26 a 28/04;
Internacional Stadium Management Conference - Forth Worth (Tx)- 11 a 13/05

Em breve passarei os custos de cada um.