quarta-feira, 25 de junho de 2008

E já que o assunto é multiuso...



As fotos acima são do estádio Siete Palmas, em Gran Canaria, que em 28 de junho receberá o evento anual Master Stadium Race, que em 2007 foi realizado no novo Wembley. O estádio vai virar autódromo por 1 dia, com uma pista de 1.100 metros de extensão em torno do campo. Essa é uma das utilizações possíveis para o espaço, sem que o campo de jogo seja afetado. Os organizadores esperam receber 30.000 pessoas, que pagarão valores entre 28 e 50 euros. Acreditem, existe vida além dos shows musicais....

sexta-feira, 13 de junho de 2008

A dura realidade das possibilidades "multiuso"

Acabo de ler uma notícia bem interessante. O Governo chileno negou autorização para um show da cantora Madonna no estádio Nacional, em Santiago, o que praticamente inviabiliza a passagem da turnê pelo Chile.

"Adoro a Madonna, mas a Madonna canta e vai. Eu gosto que a grama (do estádio) esteja a melhor possível. A grama fica e Madonna passa", respondeu o porta-voz do Governo, Francisco Vidal, ao ser perguntado sobre a recusa inicial do Subsecretariado de Esportes de liberar o local".

No ano passado, o gramado do Estádio Nacional foi estragado após uma série de shows de grupos internacionais e sua reparação, além de demandar um investimento milionário, obrigou que o local ficasse fechado durante vários meses.
Como tenho repetido aqui nos meus posts, as possibilidades de múltiplas utilizações de um estádio de grama natural, dependem do projeto da arena. Se o estádio foi planejado e construído com espaços e estrutura para abrigar convenções, feiras, exploração comercial, e entretenimentos diversificados, então ele será realmente multiuso. Infelizmente em terras tupiniquins, muitos "entendidos" , quando enchem a bôca com esse termo tão em moda, repetem a mesma tolice de imaginar que a grande qualidade multiuso de um estádio é a realização de espetáculos e shows em seu interior. O estádio Nacional é um estádio antigo, que não comporta aquelas atividades. Um dia, acharam que transformariam o velho estádio numa tal de arena multiuso e o resultado foi desastroso. Ainda bem que acordaram e perceberam que a prioridade maior é preservar as condições para a prática do futebol, que é a função a que se destina. Espero que o pessoal do Palmeiras tenha lido a notícia.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A Batalha dos Aflitos 3

Uma rápida observação sobre as consequências pós-jogo. Perfeito o tribunal. Interdição do estádio, multa à Federação de Futebol local, e suspensões pesadas ao juiz, omisso, e ao jogador, desequilibrado.
Agora cabe a fase de recursos. Espero que todas as punições sejam mantidas. Se não forem, o efeito da impunidade será, mais uma vez, devastador para o descrédito do nosso futebol, não apenas dentro de campo, mas em tudo que o cerca.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A Batalha dos Aflitos 2

Não poderia deixar de opinar sobre os episódios do último domingo em Recife. De tudo que se lê na imprensa aproveita-se pouco. Confunde-se a partida de futebol, a qual não comento, e as ações da esfera puramente esportiva, com as diversas responsabilidades envolvidas dentro do plano geral de segurança do evento. O plano de segurança tem por objetivo preservar e zelar pela segurança das seguintes partes: os torcedores, e os profissionais envolvidos na partida. Esse é o objetivo. Não percebi que o público estivesse em perigo em nenhum momento. Nem por conflitos entre torcedores, nem por ameaças externas, nem por riscos da estrutura física do estádio. O jogador que protagonizou todo o tumulto, não me pareceu representar uma ameaça a integridade dos torcedores ou dos profissionais envolvidos ( jogadores, árbitros, imprensa, ou qualquer outro). Seus vários pecados se restringiram unicamente a esfera esportiva, na qual ele deve ser julgado. Sendo assim, o que justifica aquela ação da polícia ? Cumprir o Estatuto do Torcedor, como alegou uma policial ? Mas em que capítulo do estatuto está escrito que um jogador deve ser retirado de campo imobilizado porque dirigiu gestos obscenos á torcida ? Em nenhum. Nem no estatuto, nem no Regulamento Geral de Competições (RGC). Em termos de segurança geral, e não apenas da segurança dos torcedores, vários pontos devem ser destacados. Excesso de pessoas, inclusive torcedores, estranhas a partida dentro do campo de jogo (responsabilidade do árbitro, do Delegado do Jogo, e do clube mandante). Vestiário da equipe visitante trancado ( responsabilidade do Delegado do Jogo, representante da Federação local). Despreparo das forças de segurança envolvidas. Inadequação da infra estrutura do estádio em não possuir uma via de acesso segura de evasão do campo de jogo, obrigando o jogador a passar por um autêntico "corredor polonês" de torcedores, tendo sua integridade física sob risco. Em resumo, um verdadeiro show de incompetência, em termos de segurança. Infelizmente várias ocorrências similares tem acontecido nos estádios brasileiros nos últimos meses, mas parece que existe um grande desinteresse em relação a esse assunto. Segurança meus caros, é o básico. Sem ela não existe evento, não existe nada. E para concluir deixo uma pergunta. Será que precisaremos redigir tambem um Estatuto do Jogador ???