domingo, 31 de maio de 2009

As eleitas

Hoje, 31/05, finalmente saberemos quais as cidades escolhidas para sediarem jogos da Copa 2014. Ao longo dessa semana varios jornalistas anteciparam a lista, que coincidiu entre todos, o que nos faz crer que, ou a fonte era a mesma, ou a lista e' essa mesma.

Dessa forma teremos Cuiaba suplantando Campo Grande, Brasilia a Goiânia, Manaus a Belem, e Natal a Florianopolis. Vamos aguardar.

De qualquer forma, confirmadas ou nao, lamenta-se constatar que o criterio principal que deveria ser o esportivo, a cada dia perde mais espaço para o politico.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

E por falar em gestão...

Muito se tem discutido na seara da gestão esportiva, sobre ética. Assunto difícil e sempre espinhoso. Um dos aspectos éticos mais discutidos são o possível cruzamento de times que possuem parcerias, ou até mesmo seu controle, com os mesmos parceiros. Há alguns meses atrás perguntei a um executivo da Traffic qual seria a atitude da empresa, quando os clubes com os quais ela se relaciona em diversos graus, Desportivo Brasil, Ituano. e Palmeiras, se enfrentassem em alguma determinada competição. A resposta dele foi de que nessa hipótese, a Traffic desfaria suas parcerias com Ituano e Palmeiras, e permaneceria apenas no Desportivo Brasil.

Citei o caso da Traffic, porque suscita inúmeras discussões aqui no Brasil. Esse post não tem por objetivo opinar sobre isso. Citei, porque acabo de saber que o mesmo bilionário que comprou o Manchester City há poucos meses atrás, Sulaiman Al-Fahim, de Abu Dhabi, acaba de arrematar o Portsmouth, tambem da primeira divisão inglesa. O artifício encontrado foi que o clube de Manchester foi comprado pelo Abu Dhabi United Group for Development, do qual ele é membro do Conselho, enquanto o Portsmouth foi comprado por um novo investimento do bilionário, chamado Al Fahim Asia Associates. Ahhhhhh bom...então está explicado.

E o pior é que ninguem por lá até agora levantou a questão, protestou, ou se manifestou. Nem a imprensa, nem a Federação, nem os clubes concorrentes, nem ninguem. Parece que por lá o business no futebol é levado tão a sério que questões éticas são discutidas apenas por aqueles que não tem o que fazer.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Repercussão post cobertura

Muita gente entrou em contato a respeito do post anterior. Principalmente sobre a possibilidade real de 1/3 do público do futuro estádio olímpico de Londres 2012, ser obrigado a assistir os jogos debaixo de chuva, para desapontamento e incredulidade do prefeito londrino.

Pois lembro aos que prestigiam esse blog, que paira sobre a Copa de 2014 no Brasil, a mesma ameaça. Pelo andar da carruagem, o São Paulo F.C., já dando a entender que não existirão recursos para cobrir o Morumbi, trata de reforçar essa idéia e preparar o espírito de autoridades, imprensa e torcida.
Na edição de Exame da virada do ano, saiu uma reportagem sobre as "modernidades" e ações bem sucedidas de marketing no estádio. Fui convidado a participar mas infelizmente tudo o que eu comentei sobre as preocupações em relação ao Morumbi não foi publicado. Publicaram apenas um breve comentário neutro, que talvez estivesse mais de acordo com o "espírito" da matéria.
O Morumbi é de fato uma das maiores preocupações em relação à Copa 2014, em termos de infra esportiva. A Copa será disputada no inverno, meses nos quais a garoa paulistana se faz bastante presente. Agora imaginem a festa de abertura do evento com cerca de 60% do público debaixo de chuva, sendo transmitida para 2/3 do planeta. A grande maioria dos telespectadores mundo afora certamente se perguntarão: Mas ainda existem estádios esportivos aprovados pela Fifa para sediar eventos Classe A onde o público presente assiste o jogo debaixo de chuva ????
E mais. Será que o prefeito paulistano da época cobrará explicações de alguem ? O atual parece estar satisfeito.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A cobertura do Soccer City de Johannesburg




Volta e meia me perguntam sobre coberturas de estádios. Querem saber principalmente sobre coberturas retráteis, custos, sistemas, etc. Meus posts anteriores abordaram as novidades nessa área nas grandes arenas de tênis, que passam por um grande momento. Tetos retráteis foram recentemente implementados em Wimbledon, na nova Caixa Mágica de Madri, e faz parte do projeto da nova arena principal de Roland Garros.


Mas é preciso ressaltar que existem outros sistemas de cobertura eficientes, e, dependendo do projeto, com um custo x benefício muito melhor. O exemplo acima é do projeto de remodelação do estádio Soccer City. De cara, deixo clara minha posição de que entendo ser mais importante, dentro da realidade brasileira, a cobertura para o público do que para o campo (ou quadra). É preciso ressaltar que no caso das quadras de tênis citadas, o teto retrátil assume maior importancia porque sem ela, no caso de chuva, não há jogo, e o torneio tem um período de tempo determinado para ser disputado. A interrupção dos jogos pode acarretar além de prejuízos financeiros imensos, prejuízos técnicos indesejáveis pela compactação de jogos etc. Isso realmente justifica o altíssimo investimento neste tipo de equipamento.
Já em estádios de futebol onde a chuva (exceto "dilúvios") não impede a prática esportiva, mais importante é proteger o público.
No exemplo do estádio Soccer City em Johannesburg, que deve ser entregue até junho de 2010, a solução foi semelhante aos estádios de Frankfurt e Olímpico de Roma.
Na foto inferior, o estádio antes da reforma, e na foto superior a concepção artística do projeto concluído.
A cobertura concebida, totalmente impermeável, é feita de teflon, e moldado em painéis de 400 a 500 m2 cada. No total serão usados 60 painéis para cobrir os 30.000 m2 necessários.
Para se ter idéia de custos, na média, os estádios da próxima Copa deverão ter um custo de US$350 milhões cada. O custo dessa cobertura deve sair por US$ 80 milhões. Agora imaginem se fosse retrátil...
A propósito do assunto cobertura, essa semana o prefeito de Londres, deu uma declaração dizendo que vai cobrar explicações da organização dos Jogos Olímpicos. Ele não conseguiu entender o porque do futuro estádio olímpico ainda em construção, ter 1/3 dos assentos descobertos. Ele disse:
"Eu gostaria de ouvir uma explicação convincente sobre o que acontecerá se chover forte na noite da cerimonia de abertura".
Ahhhhh...esses ingleses trapalhões...



sexta-feira, 15 de maio de 2009

E volta o assunto naming rights...

O assunto "naming rights" volta a ganhar força por aqui. Especula-se que o Botafogo estaria negociando um acordo desse tipo para o Estádio Olímpico. Já não era sem tempo. Mas, é preciso muita calma e caldo de galinha. Quem imagina que o clube ganhará fortunas por isso, engana-se. Aqui na terrinha, como infelizmente a quase monopolista dos direitos de imagem de nossos clubes e competições não tolera mídia espontânea e qualifica qualquer prátiva de marketing como "merchan", esse tipo de contrato poderia ser mais demandado e consequentemente mais valorizado, gerando mais recursos para os clubes que possuem arenas atraentes. Como não é assim, as empresas não se interessam tanto, e os valores ofertados acabam sendo ínfimos.

Lá fora, como eles sabem o segredo do quanto operações de ganha-ganha favorecem o mercado esportivo como um todo, os clubes podem fazer contratos bem atrativos, e com isso gerar ainda mais recursos. Sorte do público de lá, que pode ir aos estádios e ver os melhores jogadores do mundo, enquanto nós ficamos discutindo "quais as medidas para evitar a migração de talentos brasileiros".
Essa semana na Inglaterra, a Carlsberg, que já patrocina o Liverpool há 18 anos (atualmente paga £7 milhões por temporada), informou que se interessa em negociar um acordo de "naming" para a futura nova arena do clube. Os proprietários americanos, que recentemente prorrogaram a quitação de um empréstimo contraído em 2007 por conta da aquisição do clube (£350 milhões, que vencem em Julho próximo), esfregam as mãos, vendo nesse contrato a salvação da lavoura.
Tendo como parâmetro o rival de londres, o Arsenal, que negociou o "naming" da sua arena com a Emirates por 13 anos a um valor de £100 milhões (com reajuste no oitavo ano), os americanos donos do Liverpool tentam convencer os dinamarqueses a pagar valores, no mínimo, semelhantes.

Abaixo, segue uma lista dos clubes ingleses que possuem contratos de "naming" em suas arenas:

Emirates Stadium (Arsenal)
Reebok Stadium (Bolton Wanderers)
Pirelli Stadium (Burton Albion)
Weston Homes Community Stadium (Colchester United)
Ricoh Arena (Coventry City)
Northern Echo Darlington Arena (Darlington)
Keepmoat Stadium (Doncaster Rovers)
KC Stadium (Hull City)
Walkers Stadium (Leicester City)
Britannia Stadium (Stoke City)
Liberty Stadium (Swansea City)
JJB Stadium (Wigan Athletic) [será renomeado DW Stadium no próximo verão]
KitKat Crescent (York City)

A Caixa Mágica

Muitos me perguntam sobre o novo templo espanhol de tênis, a chamada Caixa Mágica. Trata-se de um grande complexo "state of the art" que abriga 3 quadras protegidas por um teto retrátil, com capacidade combinada de 20.000 expectadores, e representa um dos trunfos da candidatura de Madri na campanha por sediar as Olimpíadas de 2016. O complexo como um todo compreende 16 quadras externas, 6 quadras de treinamento, 1 piscina indoor, e um Club House. Tambem houve grande preocupação com os aspectos ambientais. O complexo é abastecido por um sistema de energia solar, toda a necessidade de água não potável é suprida por um sistema de água pluvial e reciclável, além de terem sido plantadas cerca de 12 mil árvores na área disponível. O custo foi de aproximadamente 160 milhões de euro.
Como ainda não tive a chance de conhecer o complexo, li uma matéria antes da abertura do torneio Madrid Master 1000, na qual vários tenistas se queixavam de alguns aspectos do complexo, referindo-se a pouca disponibilidade de quadras de aquecimento, e da pouca privacidade das mesmas já que muitos dos aquecimentos precisam ser realizados nas quadras principais, inclusive na central.
Pelo menos um efeito a Caixa Mágica já causou. Pressionar os franceses a aprovarem os projetos para Roland Garros, com o argumento de virem a perder seu Grand Slam para os espanhóis. Quem conhece tênis sabe que essa possibilidade é menor que a capital da França se transferir para Nice, mas parece que a lorota "colou".
Se algum frequentador do blog dispuser de fotos terei o maior prazer de postá-las.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Novo palco para Roland Garros


A concepção artística acima mostra como será a futura nova quadra central do complexo de Roland Garros. Ao custo de 116 milhões de euro, terá aproximadamente 14.600 lugares, teto retrátil, e deverá começar a ser erguida em 2011 para inauguração no torneio de 2012 ou 2013. A atual quadra central não será demolida pois a nova, deverá ser erguida em uma área a 450 metros de distância da atual.